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Sexta-feira, 05 de Dezembro de 2025

Governo Trump vai reajustar presença militar global para focar na América Latina

Nova estratégia de política externa dos EUA, publicada nesta sexta (5), indica que ampla presença militar no Caribe pode duradoura durante o mandato do republicano. Governo Trump também prevê atenção a Taiwan e ao combate à imigração.

O governo Trump passará a focar mais na América Latina e irá se afastar de seu papel global, transferindo responsabilidades para aliados, segundo a nova estratégia de política externa publicada pela Casa Branca nesta sexta-feira (5).

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A estratégia prometeu um “reajuste de nossa presença militar global para enfrentar ameaças urgentes em nosso Hemisfério, afastando-nos de teatros cuja relevância relativa para a segurança nacional americana diminuiu nas últimas décadas ou anos”.

A publicação da nova estratégia de política externa ocorre em meio a uma ampla mobilização militar no Caribe e uma escalada de tensões sem precedentes contra o governo venezuelano de Nicolás Maduro. O combate a cartéis de drogas latino-americanos, como relatado pela Casa Branca desde agosto, está formalizado no documento. (Leia mais abaixo)

O documento expõe de modo veemente o objetivo de reforçar a influência dos EUA na América Latina e reduzir ao máximo a presença de países não-ocidentais. Com isso, é possível que a presença militar americana na região seja mais duradoura do que previamente esperado e a influência política sobre governos latino-americanos continue.

Chamada de Estratégia de Segurança Nacional, a publicação norteia as políticas externas que serão tomadas pelo governo Trump para buscar a supremacia de seus interesses sobre os dos demais países. Esse tipo de estratégia é publicada periodicamente por diversos países do mundo, esta foi a primeira divulgada pelo novo governo de Donald Trump. A estratégia dos EUA também fala sobre Taiwan, Europa, imigração e outros temas (leia mais abaixo).

Segundo o documento, o realinhamento militar na América Latina se baseará em três elementos principais:

"Uma presença mais adequada da Guarda Costeira e da Marinha para controlar as rotas marítimas, conter a migração ilegal e outras formas indesejadas de migração, reduzir o tráfico de pessoas e de drogas e controlar rotas de trânsito essenciais em situações de crise";

"Ações direcionadas para proteger a fronteira e derrotar cartéis de drogas, incluindo, quando necessário, o uso de força letal para substituir a estratégia fracassada baseada apenas na aplicação da lei nas últimas décadas";

"Estabelecer ou ampliar o acesso em locais de importância estratégica".

O documento afirma que os EUA também buscam "reafirmar e aplicar a Doutrina Monroe para restaurar a predominância americana no Hemisfério Ocidental", com uma "restauração poderosa" do poder sobre a região. Cunhada pelo presidente americano James Monroe, essa doutrina prevê "a América para os americanos", em que qualquer tentativa de recolonização por outros países seria vista como uma ameaça direta aos EUA.

"Negaremos a competidores de fora do Hemisfério a capacidade de posicionar forças ou outras capacidades ameaçadoras, ou de possuir ou controlar ativos de importância estratégica em nosso Hemisfério", afirma o documento.

A China é o país não-ocidental com maior presença no Hemisfério atualmente, e tem laços comerciais com diversos países da América Latina —inclusive, é o maior parceiro comercial do Brasil.

Segundo a estratégia, o governo Trump acredita que a influência de alguns países sobre a América Latina "será difícil de reverter", porém os EUA vão apostar no aspecto que, muitas vezes, essa relação se dá mais pelo fator comercial que pelo alinhamento ideológico.

"Iremos alistar amigos já estabelecidos no Hemisfério para controlar a migração, interromper o fluxo de drogas e fortalecer a estabilidade e a segurança em terra e no mar. Também iremos expandir, cultivando e fortalecendo novos parceiros, ao mesmo tempo em que reforçamos o apelo de nossa própria nação como o parceiro econômico e de segurança preferido do Hemisfério", afirma o documento.

G1

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